Italívio Coelho, fundador do Haras Engenho: homem à frente do seu tempo
Nascido em 1º de março de 1918 no município de Rio Brilhante, no então Mato Grosso uno, o patriarca Italívio Coelho é considerado por muitos um visionário, um homem à frente do seu tempo e cuja história se confunde com a dos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Advogado, membro do Instituto Histórico e Geográfico e um dos líderes da liga divisionista que culminou na criação de Mato Grosso do Sul, foi senador e deputado estadual, além de fundador da primeira indústria de grande porte do então Mato Grosso uno, a Frima – Frigorífico Mato-Grossense.
Na presidência da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) fundou e incentivou a criação de dezenas de sindicatos rurais, dentre os quais os de Campo Grande e Porto Murtinho.
Liderança ruralista de destaque, é considerado pioneiro na criação do cavalo árabe em Mato Grosso do Sul, raça cuja difusão teve nele um grande entusiasta, principalmente por meio do Haras Engenho, do qual foi precursor e que hoje está sob a batuta de um de seus filhos, Laucídio Coelho Neto.
Aliás, logo que passou a investir no cavalo árabe, Italívio Coelho delegou à Laucídio o compromisso de promover uma criação consistente da raça no Haras Engenho.
Os resultados da contribuição de Italívio Coelho à difusão do cavalo árabe se consolidaram ao longo dos anos, já que sempre focou no desenvolvimento da raça em Mato Grosso do Sul e no Brasil.
Para tanto, não foram poucas as viagens ao exterior, principalmente à Polônia e à Rússia, para onde viajou visando conhecer diversos criatórios nos anos de 1970 e 1980, o que lhe garantiu trazer ao Haras Engenho o necessário conhecimento zootécnico.
Apesar das muitas viagens que empreendeu ao exterior, onde conheceu a fundo o cavalo árabe, Italívio Coelho conhecia muito o cavalo campeiro, com capacidade para o trabalho pesado na fazenda.
Por conta disso, tinha a capacidade de discernir, tão logo pousasse os olhos no animal, se este possuía as características que mais lhe interessava, além da beleza, pois priorizava animais com boas condições físicas, para o duro dia-a-dia na fazenda.
Esses conhecimentos ele transmitiu ao filho Laucídio Coelho Neto, o que garantiu ao Haras Engenho possuir hoje cavalos extremamente belos e com grande conformação atlética. A escala estabelecida por Italívio Coelho partia da conformação, seguindo pelo conforto, energia, resistência e, por último, a beleza.
Esses critérios são observados até hoje no Haras Engenho, o que com certeza é um dos diferenciais que garantem à propriedade posição de destaque no cenário nacional e internacional no que diz respeito ao cavalo árabe.